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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

O Grupo 107

A origem do Grupo 107 Cascais da Associação de Escoteiros de Portugal (AEP) é anterior à data da fundação, em 26 de Fevereiro de 1984, e remonta a finais de 1980, quando um conjunto de jovens, com alguma experiência escotista, se reúne em torno do projecto de criação do primeiro grupo de escoteiros na vila de Cascais.


Numa primeira reunião no Jardim da Parada, os jovens decidem-se a juntar as condições necessárias à constituição de um Grupo. Já com o número mínimo de elementos, faltava-lhes uma chefia, uma direcção, e uma sede. O 107 foi assim germinando entre 81 e 84.


No início de 1982, num mítico primeiro acampamento na praia da Adraga, em que nevou, juntaram-se novos elementos. Nesse ano recebeu formação no campo-escola do PNEC o primeiro chefe de Grupo. Alguns pais constituíram a direcção. Encetaram-se negociações com a Câmara Municipal de Cascais para uma sede – que só chegaria 18 anos mais tarde.


Muito influenciados pelas histórias juvenis escotistas, como o Castelo dos Vendavais e O Príncipe Erik, e pelas ilustrações de Pierre Joubert, os fundadores do grupo procuravam essencialmente um escotismo de aventura. Na época o uniforme da AEP era constituído por camisa azul e calça de fazenda, pouco prática em campo. Em Cascais faziam-se desenhos de um uniforme alternativo para uso nos acampamentos, com calção e camisa caqui, como nas ilustrações do Escotismo para Rapazes e nos desenhos de Joubert – e como a AEP viria a adoptar.


Nas cheias calamitosas do Inverno de 1983. Na primeira manhã das cheias, o Grupo em formação, que somava já 120 elementos, mostrou o que valia. Constituiu-se um piquete permanente, revezando-se por turnos, que apoiou bombeiros, polícia e exército durante 15 dias.


Foi pois já com uma plena implantação na comunidade que o 107 foi fundado em Fevereiro de 84, no Pavilhão Dramático de Cascais.


Nos primeiros 17 anos de existência, o grupo lutou por um espaço próprio, uma sede onde se pudessem reunir e melhor preparar as suas actividades. Durante esse período de tempo as reuniões tiveram lugar no Parque Marechal Carmona, junto à Biblioteca Juvenil. Independentemente das condições climatéricas, todos os sábados, rapazes e raparigas faziam dos bancos de jardim, de uma rocha ou de uma árvore o seu canto de Patrulha.


A ausência de uma sede levou o Grupo a privilegiar as actividades de campo, reforçando a suas raízes aventureiras e o seu desejo de um escotismo purista, formado no modelo dos bivaques do Escotismo para Rapazes . Entre os grupos da Região, os membros do 107 tornavam-se conhecidos como “escoteirinhos do mato”, e viviam quase exclusivamente para os raides e acampamentos.


Durante esses anos, e apesar das dificuldades, o grupo nunca deixou de trabalhar, realizou sempre as suas actividades, acampamentos, serviços à comunidade e de participar de uma maneira geral na vida da comunidade Cascaense.


A atribuição de uma sede em 2001, instalada no jardim da Praceta Capitão Mouzinho de Albuquerque, inicia uma nova era. Os últimos anos foram marcados por uma aproximação a outros grupos, e surgiram as primeiras actividades internacionais.


Um dos exemplos disso foi o Verão de 2003, onde o grupo levou 53 Jovens dos 6 aos 21 anos aos Pirenéus em Espanha. Mas não foi o único, as cores do lenço do Grupo, verde de esperança e preto de Tenacidade já foram levadas um pouco por todo o mundo, desde a cidade de Katmandu à Montanha Atlas, das Pirâmides de Keops ao Castelo de Lock Ness.


Actualmente, elementos da chefia do 107 participam activamente em projectos a nível regional e nacional. As actividades ligadas à protecção do ambiente e de serviço à comunidade passaram a fazer parte da rotina do Grupo.


Após 23 Anos de existência, o Grupo 107 de Cascais continua a ter como maior objectivo, proporcionar a todos os jovens de Cascais uma maneira diferente de estar na vida, ajudando o próximo e contribuindo assim para um Mundo melhor.

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